terça-feira, 29 de março de 2011

Desabafo de uma mulher ocupada


De manhã. Sair às 07:00, abrir o PROCON, instaurar sete processos administrativos, que dependem de um sistema, que por sua vez dependem de uma internet  à lenha, fazer dois ofícios, isso é com o pé nas costas já que não depende do sistema, e, realizar uma conciliação, que também depende daquele sistema que depende da internet à lenha.
Sair pra almoçar às 11:30h porque ninguém é de ferro...
Em casa, durante o almoço. Meu filho me lembra que eu ainda não comprei o presente do pai dele que faz aniversário hoje. A secretária da minha médica liga dizendo pra eu ir buscar receita rápido pq vai ter uma alta nos medicamentos. Minha cabeleireira liga dizendo que só pode cortar e pintar meu cabelo se eu chegar lá até 17:15h porque hoje é dia de "Benção" na igreja.
Depois do almoço, 12:20h. Desço o morro correndo, a pé, depois de receber todos os avisos acima mencionados. Passo no consultório da minah médica, na Fernão Dias, pego receita e vou na farmácia que dá melhor desconto  à vista porque remédio tá muito caro. No caminho lembrei que não comprei a tinta pro cabelo, entro na primeira perfumaria que vejo e compro o “castanho-claro”. Parei na loja de roupas e escolhi uma camisa linda porque o filhão disse que este ano não daria desodorante da Natura de presente ao pai (qual o problema, eu gosto).
Tarde, 13:05h, cheguei no PROCON, com todas as tarefas do parágrafo anterior concluídas. Fila enorme na porta. Minha colega (meu braço direito) está consultando em BH, isso significa que estou sozinha com as meninas. A estagiária é novata e faz muitas perguntas, a contínua também é novata e faz muitas perguntas,e, salientando que, às vezes, as duas fazem ao mesmo tempo. Mas, quero deixar bem claro que elas não têm culpa, se não perguntarem não irão aprender, afinal, foi assim que eu comecei.
Ainda são 15:47h e eu tenho que autuar os sete processos administrativos que instaurei de manhã, ou seja, numerar e rubricar todas as páginas, além de furar e colocar nas capas devidas, enquanto respondo às perguntas da estagiária e da conínua, além de atender alguns consumidores mais "difíceis". Isso tudo terei que fazer correndo porque minha cabeleireira disse que só me atende se eu chegar lá até as 17:15h, lembra?
Aí, se depois disso tudo, lá pelas 19:00h, eu sento lá no Bar do Joãozinho pra tomar uma geladinha, e passa alguém conhecido, vai logo gritando: _ Oh vida boa hein...
Fala a verdade, dá vontade de mandar pra onde?

A turma do Procon

Eu, no momento, estou coordenadora do Procon

Em meados de dezembro de 2009 eu fui designada para coordenar a equipe do PROCON, órgão que eu já havia atuado como estagiária e servidora em 2007, o que me causou um certo alívio, por já conhecer o trabalho, mas, ao mesmo tempo, apreensão, pois não sabia como eu seria recebida agora como “chefe”.

Wilma, servidora no órgão desde 2006
Cheguei de mansinho e encontrei minha antiga colega de trabalho, que me recebeu de braços abertos, pensando que era uma visita informal: “_ Oi menina, há quanto tempo...”. Foi aí que eu disse: “_Pois é, eu sou a nova coordenadora...”. Confesso que foram os maiores dois segundos da minha vida ficar esperando pela reação dela. Mas, muito gentil, ela me deu as boas vindas e combinamos que eu retornaria à tarde com minha “mudança”, já que o órgão também estava em fase de mudança também.

Foi um início um pouco difícil, porque, a equipe já estava acostumada a trabalhar de um jeito e eu cheguei propondo uma nova maneira, a fim de que fluíssem mais as nossas demandas. Aí, começaram os embates: “_ Fulano fazia assim e não assado”, “_Fulano deixava que eu fizesse do meu jeito”, “Fulano isso”, “_Fulano aquilo”... enfim, tive que chamar a turma para uma conversa franca e colocar os pontos nos “is” para que tudo ficasse bem claro, pois, se fui designada para coordenar um órgão, é porque precisavam de alguém que o fizesse, caso contrário, ficava cada um por si e Deus por todos. Esta é a minha visão.
Gerson, nosso estagiário do ano passado

O tempo foi passando e o pessoal foi descobrindo o meu outro eu, sim, porque até então eles conheceram aquela que chegou para apagar incêndio, eu precisava agir daquela maneira naquele momento (quem já leu meu post sobre as personalidades vai saber do que estou falando). Mas, como eu ia dizendo, a equipe conheceu a Andréa descontraída, faladora, brincalhona, a mãezona que põe todo mundo de baixo da asa.
Eloisa mantém tudo no lugar

Nós começamos a inventar moda: era época da Copa do Mundo, a equipe já estava toda em sintonia e nós resolvemos criar o PROCON TEMÁTICO. Decidimos que em todas as datas festivas iríamos enfeitar o PROCON de acordo com o tema, a começar pela Copa do Mundo. Aproveitamos que também era o mês de junho e enchemos o PROCON de bandeirolas verde e amarelas, além de bandeirinhas do Brasil, ficou o máximo. Depois veio o Natal, com muitas franjinhas e bolinhas, aí o carnaval cheio de máscaras e colares havaianos... enfim, uma festa.
Equipe Procon 2010 e a decoração Copa do Mundo

Em nosso amigo oculto de final de ano eu ouvi muitas falas do tipo: “Eu tinha uma idéia de você, mas com o tempo eu percebi que não era assim...”, ou, “No início a gente se assustou, mas depois a gente viu que você é legal...”. Foi aí que eu entendi que a primeira impressão foi de que eu era uma megera, mas, com o tempo, passei a ser entendida pelas atitudes de integração e harmonização sem deixar cair a peteca da coordenação de equipe.
Poliane, nossa menor-aprendiz do ano passado

Temos membros na equipe que são temporários, como é o caso do menor-aprendiz (contínuo) e estagiário. Agente cria um vínculo com a pessoa, se apega, mas, infelizmente chega o momento deles partirem e não tem jeito. Quando cheguei a nossa contínua era a Jéssica, que convivi por pouco tempo, pois, em abril ela teve que sair, aí veio a Poli, que conviveu conosco por dez meses de muita alegria, e, agora, chegou a Débora, para nos ajudar nas correrias do dia a dia.
A Débora já chegou com tudo

O Gérson era nosso estagiário quando eu cheguei, com seu jeitinho meio quieto, tímido, mas sempre muito atencioso e gentil com todos. Em fevereiro deste ano nos deixou para seguir sua carreira solo e chegou a Michele para ocupar seu lugar, toda espevitada, falante e muito engraçada.

A equipe fixa é formada pela Wilma, minha antiga colega de atendimento em 2007, já fera no Direito do Consumidor e recém admitida na UFOP, no curso de Sistema de Informação, e, meu braço direito. Nós duas seguramos a barra sozinhas nos momentos de transição entre os componentes temporários. Tem a Eloísa, que é a nossa Auxiliar de Serviços Gerais, sempre alegre e de bom humor, achando que “todo mundo é uma benção”. E tem eu, que já fui servidora, estagiária e agora estou coordenadora. 
Nichele, nossa atual estagiária, sempre lendo


Goreti
  Eu não poderia deixar de dar os devidos créditos à nossa fotógrafa e agregada, a Goreti, que trabalha no IMA, órgão estadual com sala vizinha à nossa e que se integrou, participando de todos os nossos eventos, desde as decorações temáticas até as comemorações de aniversário.


Enfim, formamos uma trupe cheia de diferenças, discutimos, fazemos as pazes, e, nos unimos em um ideal que é atender ao consumidor, cada um à sua maneira, mas, no fim tudo dá certo.
Turma do Procon 2011: meninas superpoderosas !!!


terça-feira, 8 de março de 2011

Minhas viagens no carnaval 2011

Na sexta-feira antes do carnaval, uma chuva danada, ao me despedir do pessoal do trabalho e do prédio, todo mundo me olhou penalizado quando eu disse que não ia viajar no carnaval. Costumo brincar dizendo que “nos feriadões eu fico com a chave da cidade”. Mas, sabe aquele olhar do tipo “coitada, vai ficar sem fazer nada!!!”. Mero engano... O conceito de diversão é muito subjetivo eu diria. Vejam só.
tomando conta da cidade
Logo no primeiro dia fui parar em St. Louis, nos Estados Unidos, em meio a uma confusão envolvendo uma série homicídios, e, uma investigadora muito louca tinha um prazo de 24h para desvendar e salvar a vida de seu amigo, Jean, nada menos que um vampiro dono de uma boa exótica na cidade. Foi uma correria danada, ajudada por zumbis, lobisomens enquanto cabeças voavam por todo lado... Juro !!!
primeira viagem a St.Louis
Mas, nesse meio tempo, voltei pro meu canto e fiz uma comidinha danada de boa na companhia do meu filho, quem me conhece sabe que essa é uma das minhas maiores diversões, cozinhar e conversar fiado com minha cria... oh coisa boa !
cozinhando pra relaxar... tudo de bom !!!
Mas a tal investigadora maluca entrou em outra confusão e eu fui parar nos Estados Unidos de novo, na mesma cidade. Só que dessa vez ela estava no meio de uma confusão envolvendo um milionário tentando reviver seu antepassado rico e uma bruxa que tentava atrapalhar o tempo todo. Mas corre pra lá, corre pra cá, indo parar até dentro de cemitério... credo !!!
lá vou eu de novo pra St. Louis...
Eu não dei conta de St.Louis, é muito misticismo, bruxaria, cada beco com casa de vodu que vocês nem imaginam. E os turistas por todo o lado que não dão folga? Aí eu tinha que dar um tempo pra cabeça e tomar uma latinha de Skol pra descansar um pouco de tanta correria junta
skolzinha pra relaxar que ninguém é de ferro...
Pra arejar a cabeça um pouco mais eu fui parar de novo nos Estados Unidos, só que numa vila de pescadores em Nova Inglaterra, com direito a velejar com cabelos ao vento (faz de conta, tá?), se apaixonar. Mas, é claro que nem tudo são flores, e, teve uma pequena correria para resolver um incidente provocado pela negligência de uma velejadora experiente, apesar de nova.
muito amor e paixão na Nova Inglaterra... ah, os romances !
Bem, como eu não sossego o “facho” (minha avó é que falava assim), fui parar lá em Nova York, no meio de outra confusão envolvendo um roqueiro cinqüentão que tinha mania de namorar menininhas e de colecionar objetos macabros, e, de repente, se vê às voltas com nada menos que um fantasma perseguindo-o. Pode?
voltando ao normal: suspense de arrepiar em Nova York
Bem, já que se falou em rock, me desculpem os fãs de axé, pagode e afins, respeito a todos, já que estamos no carnavall, mas, vocês acham que qual ritmo combinaria mais com tantos lugares e pessoas que conheci, além das aventuras em que me meti, durante apenas quatro dias de carnaval? E que venha o próximo feriadão...
o velho e bom rock and roll...abafa aquela cafeteira ali atrás !!!

sábado, 5 de março de 2011

III Seminário Maria da Penha da Monlevadense

Momento em que fiz a abertura dos trabalhos



No dia 03 de março de 2011, às 14:00h, na casa do Bem Viver, situada na Rua Nova York, bairro Novo Cruzeiro, nesta cidade, realizou-se o III Seminário Maria da Penha da Mulher Monlevadense, em parceria com a Câmara Municipal e a Prefeitura Municipal, além de apoio da Secretaria Municipal de Trabalho Social.
Eu fui a coordenadora dos trabalhos como advogada, integrante do Lions Clube de João Monlevade Sobral, além de ser uma apaixonada defensora dos Direitos Humanos. As demais palestrantes foram a Dra. Joyce Carlos da Motta Figueira, Delegada de Mulheres e a Dra. Vanessa Vieira, representante da OAB/MG, Subseção de João Monlevade.
Dei início aos trabalhos explanando sobre os aspectos gerais da Lei Maria

Eu iniciando os trabalhos
da Penha, a Lei 11.240,06, informando primeiramente a origem do nome da lei, explicando às mulheres presentes quem é Maria da Penha Fernandes, que se tornou o símbolo da luta pelos direitos das mulheres. Logo após tracei um paralelo sobre a situação da mulher vítima de violência antes e depois da Lei Maria da Penha, ressaltando os benefícios trazidos pelo referido dispositivo legal.
A Dra. Joyce falou sobre o histórico dos direitos femininos e informou às presentes sobre as etapas do atendimento feito pela Autoridade Policial dentro da Lei Maria da Penha, focando nos avanços trazidos pelo dispositivo no quesito celeridade e eficiência. Ao final, a Delegada mostrou um vídeo onde uma mulher vítima de violência dizia “que não voltaria para o homem porque ela era linda e merecia coisa melhor”. Apesar de arrancar risos nas presentes, o vídeo deixou bem claro que o importante é a mulher se gostar e se cuidar em primeiro lugar.

O público compareceu em massa e foi muito participativo
A Dra. Vanessa abordou os procedimentos legais conforme a Lei Maria da Penha, explicando, especificamente, o que acontece quando o processo sai da Delegacia e chega ao Fórum, ressaltando todas as fases, desde a intervenção do Ministério Público em Defesa da mulher, até o momento da audiência, quando a mulher tem o direito, garantido por lei, de comparecer acompanhada de um advogado, podendo pagar, ou não.

Mesa dos trabalhos: Dra. Joyce, Cássia, Vereadora Dulcinéia, Dra, Vanessa eMª Aparecida, Cons. da Mulher
A representante da Prefeitura, Rita de Cássia, foi enfática em sua fala, ao dizer que mais importante do que entregar flores e presentes no dia Internacional da Mulher é repassar informações como aquelas do seminário e que as mulheres, cientes de seus direitos, não devem se calar diante dos abusos sofridos.
A vereadora Dulcinéia encerrou o evento dizendo que denunciar a violência pode ser um ato de amor, pois, ao impor limites ao parceiro a mulher pode deixar claro que o ama, mas, que ele não pode fazer dela o que quiser. A vereadora, por fim, enfatizou a auto estima, dizendo que é extremamente importante a mulher gostar de si mesma para que, depois, alguém goste dela.

Vereadora Dulcinéia encerrando as palestras
As mulheres da comunidade compareceram em peso e foram bastante participativas, mostrando-se interessadas em conhecer seus direitos e saber como exercê-los. O evento foi positivo e surgiu a idéia de que daqui em diante passe a acontecer em bairros, para que ocorra maior participação, como foi o caso deste.

A Enfermeira do PSF, Ana Paula, fazendo sua considerações
Ao final, nós, palestrante fomos surpreendidas com uma homenagem dos alunos do Pro Jovem, que nos ofereceram presentes feitos nas aulas ministradas nos projetos do Bem Viver, e, para quem já acompanha meu blog, sabe o que isso significou, pois, há onze anos eu era professora exatamente ali naquela casa onde emanava amor ao próximo e muita, mas, muita alegria de viver.
Eu, emocionada com o presente que ganhei da comunidade que mora no meu coração