terça-feira, 9 de julho de 2013

Meu primeiro amor


Aos treze anos eu não era gatinha
Gente, tô aqui em mais uma noite de insônia, quando me veio na cabeça uma história que aconteceu comigo quando eu tinha treze anos e morava em uma cidade bem longe daqui. O nome da cidade não vai ser citado, e, os personagens principais terão os nomes trocados para não causar nenhum constrangimento.
Eu, serei eu mesma, ele, será Rodrigo, o primo que nos ajudava será Rafael e a nossa “anjo da guarda”, será Nina. Pronto, assim ninguém fica constrangido se ler (o que eu acho muito difícil), e, muito menos em situações embaraçosas.
Eu, aos treze anos, não era assim o que se pode chamar de “gatinha”: meio magrela, cabelo curto e meio “machona”(sempre, né...). Mas eis que, de repente, eu deixei o cabelo crescer, começaram a nascer uns peitinhos, a cintura começou a querer dar o ar da graça e as pernas pareceram deixar de ser dois palitos com uma bola no meio (os joelhos). Aí, logo, comecei a me interessar pelos meninos, né?
mas quando comecei a ficar bonitinha, as coisas mudaram

A Nina, que era a ajudante lá de casa, sempre me contava os casos da outra casa que ela trabalhou, me falando sempre nos filhos da dona, inclusive no Rodrigo o filho do meio, que já tinha 16 anos e ajudava o pai no comércio local que eles tinham. Nina me disse inclusive que um primo dele era da minha sala, o Rafael. Pronto, cismei que queria conhecer o Rodrigo.
Na sala de aula, procurei o Rafael e disse “_quero conhecer o Rodrigo”. Ele me perguntou o motivo e eu disse que era da minha conta, se ele ia me ajudar ou não. E para a minha surpresa ele topou.
Na semana seguinte haveria uma festa em nossa escola, daquelas que se vê em filme de sessão da tarde, com parque de diversões, várias brincadeiras e jogos. E a tal festa durava uma semana. Combinei com Rafael que conheceria Rodrigo naquela festa, e, ele me contou que havia dito ao primo sobre mim, deixando-o bem curioso também.
como idealizei meu encontro com ele!

Chega o dia da festa, me encontro com Rafael logo na entrada e começamos a procurar, mas, haviam dois problemas: eu tinha que chegar em casa às 21:00h, e, vinha gente da cidade inteira para a festa. Era o mesmo que procurar agulha num palheiro. Mas nós não desistimos, até mesmo porque o Rodrigo estava avisado que o encontro seria naquela festa.
Depois de tanto andar de um lado pro outro, olhando em cada rosto, eis que dei uma trombada de frente com uma pessoa. Rafael deu um grito “_Rodrigo”. Levei um susto e o rapaz também. Rafael fez as apresentações formais e nos deixou sozinhos, já que ainda havia algum tempo antes do meu horário.
Rodrigo olhou pra mim e disse “_Você é doida, mas é bonita, sabia?”. Ele me deu a mão e ficamos andando pela festa de mãos dadas, contando das nossas vidas, já que ele estudava em outra escola, tinha muitos casos diferentes pra contar. De repente, ele parou, segurou meu rosto e me beijou. Nem me lembro mais de quantos sininhos eu ouvi, foi a coisa mais linda que eu me lembro daquela época.
ele me beijou logo no primeiro dia

Depois, todos os dias nos encontrávamos, esperava minha mãe ir trabalhar pra telefonar pra ele. Nina, coitada, quase morria de preocupação de que algo de errado acontecesse, porque ela se sentia culpada de ter me contado sobre ele.
Aí, aconteceu o pior, minha mãe descobriu. Naquela mesma festa, estávamos andando de mãos dadas quando ouvi a voz familiar “_Andréa, quem é esse rapaz?”. Ele tinha desaparecido no meio da multidão e eu virei pra minha mãe, com a maior cara de pau e respondi: “_Rapaz? Que rapaz?”. Bastou para que eu fosse pra casa e ficasse de castigo.
amor proibido é que fica bom!

Mas vocês acham que acabou? Aí é que não. Ele ia na porta da escola me ver. Trocávamos bilhetes apaixonadíssimos através do Rafael. Eu matava aula de educação física para me encontrar com ele. E Nina quase morrendo do coração, de tanto medo, pois ela sabia de tudo.
Aí, no final do ano, meu pai veio com uma bomba: a família ia se mudar para Minas Gerais porque ele havia sido transferido pelo trabalho. Meu mundo caiu. Achei que toda a água do meu corpo ia acabar de tanto chorar.
Nos mudamos para longe do bairro dele porque havíamos vendido nossa casa e ficou difícil encontrar com tanta frequência. Mas, me lembro do meu último telefonema para ele antes de nos mudarmos, chorando rios de lágrimas, eu disse: “_Nunca mais vou gostar de ninguém na minha vida!”. E na viagem para Minas, vim chorando até a metade do caminho, quando minha mãe me deu uma bronca: “_Já chega, né Andréa?”.
Adolescência é um drama, né. Fala sério...
Mas, queria, que, se algum dia você lesse este post, soubesse que eu nunca esqueci nossa história!


vocês juram que eu nunca mais gostei de outro, né?