quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Carta de um médico

Tomei a liberdade de de postar esta carta sem pedir permissão ao autor porque está circulando na internet e nos jornais, então, entendo que trata-se de algo que tenha que chegar à público. Conheço o autor desde a adolescência, Fred pra nós, e, é ele quem cuida do meu filho, que o "adotou" como médico há algum tempo.
"Meu nome é Frederico Bicalho Garcia. Moro na cidade de João Monlevade, onde nasci e trabalho como cirurgião geral no Hospital Margarida, único da cidade, há 10 anos.
Infelizmente, o que eu quero compartilhar com vocês é uma grande tristeza, frustração e sensação de impotência. Nesta época do ano, em que se somam aumento do trânsito na BR 381 (conhecida como “rodovia da morte” e que corta nossa cidade) e período de chuvas, recebemos diariamente em nosso Hospital dezenas de vítimas de acidentes da estrada. E, apesar do elevado número de tragédias, não conseguimos nos acostumar com elas. Mas quero deixar um alerta específico para os pais que viajam com crianças.
Esta semana tivemos 2 exemplos que nos marcaram. No dia 28 de dezembro atendi uma família que se envolveu em um acidente. Estavam no carro, pai, mãe e 3 crianças, uma delas bebê de colo. Esta criança viajava em sua cadeirinha, com cinto de segurança corretamente colocado, mas no momento do acidente a mãe havia tomado-a no colo para amamentar. Como resultado, a criança foi ejetada para fora do veículo, o que configura uma situação de grande risco e associado a alta mortalidade. No entanto, sofreu apenas leves hematomas e recebeu alta do Hospital 24h depois do acidente, em ótimas condições.
Acreditem ou não, 2 dias depois tivemos uma situação idêntica. Pai, mãe, 3 filhos, sendo um bebê de colo corretamente colocado da cadeirinha, que saiu apenas para amamentar ao peito da mãe, quando ocorreu o acidente. Toda a família foi encaminhada ao nosso Hospital, sem apresentar nenhuma lesão de maior gravidade, apenas pequenos arranhões e hematomas. Quando me chamaram para atendê-los, perguntei à mãe se ela sentia alguma dor, pois chorava muito, quando ela me disse que seu bebê havia morrido no acidente. Ao lado, uma menina de 9 anos, chorando continuamente por ter perdido um irmãozinho de 3 meses de vida. Que remédio eu poderia receitar para ela, para aliviar sua dor? Confesso que tive que me afastar do pronto soccoro por alguns instantes para aliviar as lágrimas que me vieram aos olhos. Tenho 2 filhas, uma delas da idade daquela menina e a outra com apenas 2 anos, e só conseguia pensar nelas e o que representam em minha vida. Acho que todos nós pensamos que não conseguimos viver sem nossos filhos, até que uma tragédia aconteça. Apenas Deus pode ser o remédio para aliviar o sofrimento daquela menina e sua família.
Então, imploro a todas as mães que, ao viajarem com suas crianças, utilizem todos os acessórios de segurança possíveis e todo o tempo. Se tiverem que retirá-las da cadeirinha por qualquer motivo, peçam ao pai para parar o carro. Serão perdidos apenas alguns minutos. Hoje uma família chora por não ter agido assim.
E se alguém importante em nosso país estiver lendo esta carta, saiba que apenas a duplicação da estrada é a solução para salvar muitas vidas que, certamente, continuarão a se perder nesta nossa atual realidade.
Obrigado pela atenção."
Por fim, digo que me emocionei muito ao ler a carta porque compartilho de seus sentimentos, já que, além de cidadã, sou mãe de um adolescente e tia de um bebê de quatro meses.
Nós é que te agradecemos Fred, por soltar o desabafo que está preso dentro de todos nós que somos obrigados a trafegar por essa rodovia sem nenhuma segurança.

Meus dois amores, duas pessoas preciosas na minha vida



segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um Sonho Possível

cartaz oficial do filme

Neste final de semana assisti a um filme maravilhoso, chamado “Sonho Possível”, estrelado pela Sandra Bulock, que mereceu o Oscar recebido pela atuação. É a história verídica de uma mulher rica, loira, bem casada, mãe de dois lindos filhos, com uma vida confortável, que resolve cuidar de um jovem negro problemático, o “Big Mike”, que estudava como bolsista na escola de seu filho, leia-se, escola de ricos.
O jovem não era problemático no sentido de violência ou drogas, como se imagina de cara, mas, em falta de amor e déficit de aprendizagem. Foi criado em um bairro pobre de negros da periferia, onde o tráfico de drogas reina impune. Era empurrado de casa em casa porque sua mãe é viciada em crack, motivo pelo qual foi tirado dela quando era pequeno, e, empurrado de escola em escola por causa do baixo QI, porque dá muito trabalho se dedicar a este tipo de aluno.
O Estado não resolveu nenhum dos problemas, jogando-o em casa de parentes pobres, que não tinham condições de dar-lhe o que precisava, e, colocou-o em escolas públicas comuns que não tinham a menor condição de acompanhar o seu problema de aprendizado. As escolas públicas dos EUA sofrem os mesmos problemas das escolas daqui, digo isso apenas para ilustrar o texto, não tenho nenhuma intenção de criticar porque também não tenho a solução para o problema.
O que me encantou no filme foi a coragem de uma mulher que tinha tudo para ser uma dondoca fútil, abrir sua casa e seu coração para ajudar aquele jovem que nunca havia sentido o que era o amor verdadeiro, o amor incondicional.Ela toma o lugar do Estado e faz tudo por aquele jovem. Não só no sentido material, como lhe dar uma casa, comida e roupas, mas no sentido afetivo, colocando-se como uma verdadeira mãe em todos os sentidos da palavra.

Ela chega ao ponto de ler histórias infantis porque ele nunca havia ouvido uma, e se coloca como uma leoa para defendê-lo quando qualquer tipo de preconceito é destilado contra ele, ou, quando ele sente-se desprotegido. Isso é ilustrado durante o seu primeiro jogo, quando um homem o humilha pela sua cor e ela se levanta gritando “ele é meu filho”, ou, no momento em que ele, perdido nas ruas, telefona para ela pedindo ajuda e a chama de “mamãe”.

A nossa heroína chega a sofrer preconceitos no meio em que vive em nome do amor incondicional dedicado ao rapaz. Suas amigas insinuam que "ele pode roubar sua casa" ou até mesmo "estuprar a filha dela". Num momento de alta hipocrisia, uma de suas amigas diz "que acha lindo o gesto dela ter mudado a vida daquele rapaz", mas ela a fulmina: _Não, foi ele quem mudou a minha vida !
O final eu não vou contar porque senão perde a graça para quem não viu o filme, mas assistam, foi um dos melhores filmes que já assisti até hoje, vale muito como obra e como aprendizado humano.
O que me entristece, e muito, é que em nossa correria do dia a dia, lutando pela sobrevivência e/ou pelo sucesso, nos esquecemos de que existem muitas crianças e jovens na mesma situação, aqui, bem próximos, precisando de alguém que lhe abra não só a casa, mas também o coração.
Pra terminar fica a pergunta, e, seja sincero: _ Você abriria a sua casa e seu coração para um “Big Mike”?

lendo história para seus filhos


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Shaiane

Ontem, ao abrir minha página de recados do Orkut, me deparei com a seguinte mensagem:

“Ex Chefinhaa que eu adoro..... Andrea fui visitar o seu blog ameiiii vou voltar sempre lá viu....
Obrigadoo pelo carinho que você tem por mim pelas fotos comentadas .
É  Andrea aquela menina tímida que você conheceu lá na assistência que você tratou com tanto carinho e cuidado nao poderia deixar de te agradecer por tudo que vc fez comigo pelo jeito de conversar de me tratar, jamais vou me esquecer qdo vc dizia.... meninas tomem cuidado com o que falam (Shaiane é de menor)  eu amava pois me sentia muito protegida por você.....
Realmente Andrea você foi sensacional... Muitooo obrigado por tudo nunca vou me esquecer de tudo que passamos no meu primeiro emprego no meu primeiro local de trabalho pelo qual fui tao bem acolhida por todas.....
Ahh  quero te dizer também que eu passei na faculdade de RH aqui na Funcec  vou começar a estudar em fevereiro....
Infelizmente meu contrato vence dia 12/01 estou saindo mas com confiança de que vou encontrar outro serviço o mais rápido possível afinal mulher tem que batalhar pelos seus sonhos e ir em busca da felicidade sempre.
Acabo meu texto aqui te agradecendo novamente e dizendo que te adoro muito! Bjus t++ 
....Não esquece de mim tá....

Pedi permissão para a autora da mensagem para postá-lo aqui porque não tenho palavras para dizer o que senti ao ler o scrap. Me pegou de surpresa. Uma surpresa boa demais. A Shaiane foi trabalhar na primeira equipe que eu coordenei na Administração, há cerca de quase dois anos, e, como ela mesma disse, era uma menina tímida, que agora é uma jovem que sabe o que quer da vida.

Eu é que te agradeço pela linda homenagem e por me considerar uma referência na sua vida. Seus pais plantaram muito bem, e, agora vão começar a colher os frutos, porque tenho certeza de que você vai ser uma mulher de sucesso e vai dar muito orgulho a eles.

Agora, eu é que peço: Não esquece de mim, tá?


Eis a autora da mensagem: Shaiane


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Múltiplas personalidades

Já escrevi pra vocês sobre a dificuldade de ter que ser durona enquanto na verdade se é “mulherzinha”, pois, hoje vou escrever sobre um desdobramento deste assunto: as minhas várias personalidades. Mais de uma pessoa do meu convívio pessoal já me disse que parece que eu tenho uma personalidade para cada situação em que eu vivo. Parei pra pensar e cheguei a conclusão que é verdade mesmo. Não que eu seja uma louca, mas cada situação exige uma atitude. Vejamos então.
Quando eu estava na faculdade era a “Andréa estudante”, e, no estilo anos 60: não podia subir num caixote que já estava fazendo discurso. Lutava pelo direito dos alunos, liderava “rebeliões”, apoiava outros cursos que estivessem lutando por uma causa. Mas também não perdia uma botecada, uma festa, um churrasco, beijei na boca... abafa! Curti ao máximo tudo o que um estudante universitário pode curtir.
Faculdade, que tempo bom !
No meu trabalho, eu sou a “Andréa séria”, no sentido máximo da palavra. Sempre formalmente trajada, linguagem adequada ao ambiente, postura extremamente profissional. Sigo ao pé da letra os princípios da impessoalidade e formalidade o tempo todo porque sou uma fanática pela Administração Pública: só faço declarações, pedidos ou respostas por escrito e dentro da lei, sem fazer distinção de quem esteja sendo atendido.
Dra  Andréa tem que ser séria
Tem também a “Andréa amiga”, sempre pronta a ouvir o que a outra parte tem a dizer, chorar junto, e, disposta a dar uma bronca se for o caso, porque amigo não é só pra passar a mão na cabeça ! Gosto de um bom papo ao pé do fogão ou até mesmo em um barzinho, desde que não haja multidão (detesto), ouvindo música de boa qualidade e dando boas gargalhadas.

Amigos para sempre: eu e Alfred
Sou também a “Andréa irmã”, que só pode ver seus irmãos uma vez por ano porque eles moram muito longe... fazer o que? Mas quando a gente se junta faz bastante bagunça enquanto coloca o papo em dia tomando uma gelada, comendo um churrasquinho e dando muita risada dos nossos causos, que não foram poucos! E, se for o caso, porque não também pedir ou dar conselhos de vez em quando...
O trio Dornas Silva
Um outro desdobramento é a “Andréa filha”, e, a única que mora com os pais. Nos acostumamos à companhia um do outro e temos nossos sistemas de organização do dia a dia, saímos juntos, participamos de festas, discutimos, fazemos as pazes. Costumo ser mediadora de conflitos, mas não gosto muito de dar palpites porque no final eles ficam sempre de bem aos beijos e abraços!

Eu, pap's e mam's
Digamos que a minha personalidade mais complexa é a “Andréa mãe”, vou explicar porque. Sou daquelas mães bravas pra c... que cobra nota boa e passar de ano no 3º bimestre; também não aceito que saia de casa sem dizer com quem, aonde e a que horas volta (isso quando eu não levo e busco). Mas também adoro brincar de lutar vale-tudo, ver futebol na TV, zoar com a cara do meu filho quando o time dele perde, sair pra comer carninha no “Joãozinho” e falar sobre música (leia-se rock &roll). Também viro uma leoa se alguém mexer com a minha cria... ai de quem se atrever! Agora me diz se não é complicado harmonizar tudo isso ?
A minha personalidade preferida: mãe
A minha mais nova personalidade é a “Andréa tia”, a supernovidade. Quando meu irmão me ligou dizendo que eu seria tia eu nem acreditei. Parecia um sonho que ia nascer um bebezinho que ia me chamar de tia. Quando eu pude ver e segurar no meu colo aquela criaturinha pequenina e frágil, fiquei passada. Dá vontade de beijar, abraçar, apertar o tempo inteiro, fiquei completamente boba e babona, é uma delícia. Só de pensar que no natal do ano que vem ele vai estar correndo pra lá e pra cá... é a coisa mais fofa do mundo!
A novidade mais fofa que me aconteceu
Bem, deixei por último a “Andréa mulher”, porque é a que está um pouco esquecida há algum tempo. Uma decepção deixou a minha auto-estima meio que em baixa, mas, resolvi me resgatar. Emagreci um bocado, comprei umas roupinhas (que não são ternos), voltei a me arrumar, e, por que não,  me apaixonar? Sim, resolvi reabrir meu coração para a vida, o que está me trazendo de volta a vontade de ficar bem comigo mesma, de ficar bonita novamente. Resolvi gostar de mim novamente !
Eu bem comigo mesma

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Reconciliação

Nos meus dezoito anos de serviço público eu já fiz de tudo: dei aula pra criança, dei aula pra adolescente e pra marmanjo, aí, “por castigo ideológico” fui atender telefone na porta da Delegacia de Polícia, o que me levou a ser Escrivã nomeada pelo Delegado, que me incentivou a cursar a faculdade de Direito... ufa!
Há dois anos fui surpreendida com o convite para coordenar uma equipe na Administração Municipal, o que me deixou assustada, mas, ao mesmo tempo empolgada porque era a minha chance de “sair do castigo” e de trabalhar na área em que me empenhei tanto, o Direito, afinal de contas foram cinco anos ali no banco da faculdade, três meses de estudo para passar na famigerada prova da OAB!
Mas, liderar implica em tomar decisões, que, por muitas vezes envolvem o destino das pessoas. Tudo segue uma hierarquia: você recebe uma ordem superior e tem que fazer funcionar em sua equipe, porque o que se busca na Administração Pública é o bem coletivo, e, é nisso que eu acredito.
Eis que um belo dia chegou a mim uma ordem superior de remanejar duas pessoas, e, eu teria que escolher entre três. Aliás, não era bem assim, porque eu tinha duas opções no mesmo horário, mas, apenas uma no outro horário, que, por sua vez, já tinha um emprego em outro turno. O que me deixou menos tensa é que eu não mandaria ninguém embora, seria apenas um remanejamento, ou seja, ninguém perderia o emprego nem seus direitos inerentes. Mas a coisa não foi encarada dessa forma, o bicho pegou literalmente !
Conversei com as duas meninas do turno em que eu poderia escolher e expliquei a situação, dizendo que teria que remanejar uma pessoa de cada turno e infelizmente eu teria que escolher entre as duas. Foi uma choradeira geral. A equipe era composta de sete mulheres, então vocês imaginam o drama da situação quando eu conversei com essas duas, que eu adoro de coração. Depois de muitas lágrimas e abraços a decisão foi tomada baseada num fator neutro escolhido por mim e continuamos todas amigas.
O problema foi com a pessoa do outro turno, que não haveria escolha por ser a única. No dia seguinte à reunião em que remanejei uma das meninas eu não iria ao trabalho por causa de um exame que exigia preparo. Então, supliquei ao pessoal da equipe que não dissesse nada para ela para que eu conversasse sobre o assunto e explicasse tudo pessoalmente. Foi o mesmo que dizer: “contem tudo, e, distorcido”.
Estava em casa fazendo o tal preparo para o exame quando o meu telefone toca. Era de lá. Me avisaram que “alguém” contou a história totalmente distorcida, colocando o fato como pessoal e a menina foi parar lá na minha equipe superior, de onde veio a ordem, reclamando de perseguição. Não demorou cinco minutos para o meu telefone tocar novamente e a minha equipe superior me questionar o fato, dizendo que havia uma pessoa lá se queixando de perseguição.
Foi um custo explicar o que aconteceu na realidade e que foi uma fofoca bem das maldosas que criou a situação, pois, eu supliquei à minha equipe que não contasse nada, pois eu conversaria pessoalmente sobre o remanejamento dela, que não era opcional, uma vez que ela já exercia atividade remunerada em outro turno. Mas, graças a Deus, meus superiores entenderam a situação e me apoiaram.
O grande problema é que foi criada uma mágoa muito grande e eu ganhei uma inimiga. Ela passou a me virar o rosto na rua. Mas nada como o tempo para curar as feridas e os mal entendidos.
Eu estava fazendo uma audiência quando o Juiz me perguntou se eu me importava de uma estagiária assistir porque ela teria que cumprir uma carga horária, e, a estagiária era ela. Fiz questão de dizer que eu não me importava porque já estive naquela situação.
Um ano se passou, eu estava com meu filho no bar do “Joãozinho” quando ela passou e acenou para alguém que estava lá dentro, e, eu, por impulso, acenei de volta pra ela, que, para minha surpresa, sorriu.
Exatamente um dia antes do recesso de natal deste ano eu estava afogada em minha papelada quando, de repente, a filha dela, menina linda e alto astral, entrou saltitando na minha sala. Eu levei um susto porque até então a menina estava proibida de falar comigo. A menina, com seu jeito alegre e espontâneo me deu um embrulho e disse:”minha mãe mandou pra você”. Acho que a menina notou que eu estava chocada e disse: “abre pra ver o que é”.
Quando eu abri, me deparei com o livro “Ágape”(Pe. Marcelo Rossi). Não sei descrever o que senti naquele momento, principalmente quando abri o prefácio e li a primeira linha: “Ágape é amor incondicional, o amor generoso, o amor sem limites; puro, livre!”. Me levantei e dei um abraço apertado e demorado na menina, dizendo :”fale com sua mãe que eu adorei”. No mesmo dia mandei recadinho pela internet perguntando: ”amigas de novo?” e ela respondeu: “Claro!”
Quem me conhece sabe que não tenho religião oficial, tiro o que há de bom em cada doutrina e levo pra minha vida. Mas, ganhar este livro de presente teve um significado muito especial pra mim, estou lendo e vou guardar com muito carinho, pois, teve um significado muito importante na minha vida: RECONCILIAÇÃO !
Não soube, e nem quero saber, quem foi o autor da maledicência que causou nossa inimizade, mas Deus nos reaproximou, e, é isso que importa agora. Não vou ilustrar este texto com fotos porque eu não pedi permissão, mas quero que ela saiba que ainda vamos nos encontrar pessoalmente para nos darmos um abraço bem demorado e fraterno.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Natal em família, uma bagunça deliciosa !!!


eu fazendo bico porque meu sobrinho chorou no meu colo...


Desde criança sempre adorei o natal. Pra mim, era época de família reunida, os primos correndo pra lá e pra cá, amigo oculto, presentes dos avós e dos padrinhos, rabanada... uma delícia !!!
Como a minha família morava em Vitória/ES, meus avós paternos em João Monlevade/MG e meus avós maternos em Volta Redonda/RJ, meus pais decidiram que a cada ano o natal seria em uma das casas, o que tornava ainda mais legal a aventura.
Nos mudamos para João Monlevade no início da minha adolescência, época em que a família de lá meio que começou a dispersar, ao mesmo tempo em que a daqui se juntava e fazia o maior furdunço (se é que é assim que se escreve isso). Minha tia que faz aniversário no dia 24 de dezembro trazia um bolo e o churrasco rolava noite adentro, e, no dia 25 era o almoço na casa da vó Olga.
Mas o tempo foi passando, os avós foram embora morar com Papai do céu, cada filho passou a ter seus filhos casados e com filhos também, formando seus próprios núcleos. Então, acabou o churrascão do dia 24 de dezembro, mas, ainda tentaram manter o almoço do dia 25, cada ano na casa de alguém, ou, em algum restaurante, mas, também não deu certo, foi cada um pro seu canto.
Agora nós temos o nosso núcleo familiar também, e, apesar de pequeno, fazemos a nossa festinha de natal aqui em casa. À noite uma ceia com troca de presentes e no outro dia um churrasquinho pra comemorar o dia 25 de dezembro. Mas uma tradição das minhas avós, Maria e Olga, a minha mãe não deixou de lado: antes da ceia, todos têm que dar as mãos agradecendo pelo ano que passou, rezando um Pai Nosso em homenagem ao nascimento do menino Jesus.
Este ano o natal foi mais especial porque tínhamos um novo integrante na família, um bebezinho de quatro meses, meu sobrinho. Aí começou a confusão: eles vêm com o neném ou não? Todo mundo dando o seu palpite: “o neném vai dormir a viagem toda, nem vai sentir”, “que maldade fazer uma viagem longa dessas com um neném”, “ ele ainda é muito pequeno e pode pegar alguma doença”. Por fim, foi decidido: iríamos todos para a cidade do neném, e pronto.
Reserva de hotel, compra passagens de ida reservando a volta, afinal de contas é uma época em que todo mundo viaja. Desembarque no Terminal Tietê, nas palavras uma colega minha “a filial do Afeganistão”, acomodação no hotel, dormidinha de tarde pra agüentar a noite, e, meu irmão, muito solícito, fazendo questão de levar e buscar a gente pra lá e pra cá !
No final, foi uma delícia e adaptado. A troca de presentes teve que ficar para o dia 25 de dia porque depois da ceia o neném estava mamando. Na hora da tradicional foto da família, mais confusão: eu queria de todo jeito sair com o meu sobrinho no colo, mas ele chorou, aí o pai dele teve que pegar, mas eu peguei de volta... afff, haja paciência!
Mas a novidade deste ano foi que depois de darmos as mãos antes da ceia para o tradicional Pai Nosso, agradeci a Deus pelo novo integrante da família, meu sobrinho Vítor.

eu feliz porque peguei meu sobrinho de volta !!!