segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um Sonho Possível

cartaz oficial do filme

Neste final de semana assisti a um filme maravilhoso, chamado “Sonho Possível”, estrelado pela Sandra Bulock, que mereceu o Oscar recebido pela atuação. É a história verídica de uma mulher rica, loira, bem casada, mãe de dois lindos filhos, com uma vida confortável, que resolve cuidar de um jovem negro problemático, o “Big Mike”, que estudava como bolsista na escola de seu filho, leia-se, escola de ricos.
O jovem não era problemático no sentido de violência ou drogas, como se imagina de cara, mas, em falta de amor e déficit de aprendizagem. Foi criado em um bairro pobre de negros da periferia, onde o tráfico de drogas reina impune. Era empurrado de casa em casa porque sua mãe é viciada em crack, motivo pelo qual foi tirado dela quando era pequeno, e, empurrado de escola em escola por causa do baixo QI, porque dá muito trabalho se dedicar a este tipo de aluno.
O Estado não resolveu nenhum dos problemas, jogando-o em casa de parentes pobres, que não tinham condições de dar-lhe o que precisava, e, colocou-o em escolas públicas comuns que não tinham a menor condição de acompanhar o seu problema de aprendizado. As escolas públicas dos EUA sofrem os mesmos problemas das escolas daqui, digo isso apenas para ilustrar o texto, não tenho nenhuma intenção de criticar porque também não tenho a solução para o problema.
O que me encantou no filme foi a coragem de uma mulher que tinha tudo para ser uma dondoca fútil, abrir sua casa e seu coração para ajudar aquele jovem que nunca havia sentido o que era o amor verdadeiro, o amor incondicional.Ela toma o lugar do Estado e faz tudo por aquele jovem. Não só no sentido material, como lhe dar uma casa, comida e roupas, mas no sentido afetivo, colocando-se como uma verdadeira mãe em todos os sentidos da palavra.

Ela chega ao ponto de ler histórias infantis porque ele nunca havia ouvido uma, e se coloca como uma leoa para defendê-lo quando qualquer tipo de preconceito é destilado contra ele, ou, quando ele sente-se desprotegido. Isso é ilustrado durante o seu primeiro jogo, quando um homem o humilha pela sua cor e ela se levanta gritando “ele é meu filho”, ou, no momento em que ele, perdido nas ruas, telefona para ela pedindo ajuda e a chama de “mamãe”.

A nossa heroína chega a sofrer preconceitos no meio em que vive em nome do amor incondicional dedicado ao rapaz. Suas amigas insinuam que "ele pode roubar sua casa" ou até mesmo "estuprar a filha dela". Num momento de alta hipocrisia, uma de suas amigas diz "que acha lindo o gesto dela ter mudado a vida daquele rapaz", mas ela a fulmina: _Não, foi ele quem mudou a minha vida !
O final eu não vou contar porque senão perde a graça para quem não viu o filme, mas assistam, foi um dos melhores filmes que já assisti até hoje, vale muito como obra e como aprendizado humano.
O que me entristece, e muito, é que em nossa correria do dia a dia, lutando pela sobrevivência e/ou pelo sucesso, nos esquecemos de que existem muitas crianças e jovens na mesma situação, aqui, bem próximos, precisando de alguém que lhe abra não só a casa, mas também o coração.
Pra terminar fica a pergunta, e, seja sincero: _ Você abriria a sua casa e seu coração para um “Big Mike”?

lendo história para seus filhos


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