segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Perdas...


Todos nós, pelo menos uma vez, em alguma conversa informal já pronunciou a frase “a única coisa certa na vida é a morte”, ou, “pra morrer basta estar vivo”, ou, “nada é para sempre”, e, o mais famoso “que seja eterno enquanto dure”. Atire a primeira pedra quem nunca disse nenhuma das frases acima.
O problema é quando a perda acontece conosco. Por mais que saibamos que, por muitas vezes, a situação é irreversível, fica difícil de aceitar a parda de alguém que amamos.

Existem as várias doutrinas religiosas, com suas explicações sobre a morte: a pessoa agora está melhor do que nós, pois está perto de Deus; agora ela está no paraíso, um lugar muito bonito onde não falta nada; e, a que eu prefiro acreditar, que a pessoa não acabou por ali, mas, sim evoluiu para um plano superior onde irá se preparar para voltar e ajudar outras pessoas que precisam evoluir.
Existem ainda as explicações religiosas para outras perdas: não era o que Deus queria para você; Deus tem algo muito melhor reservado para você; foi uma etapa que você precisou passar para evoluir (também é a que eu prefiro acreditar).

Seja qual for a doutrina religiosa de quem fica, nada aplaca a dor da perda. Seguir a rotina sem ter aquela pessoa fazendo parte do dia a dia é o que mais dói, é o que mais se demora a acostumar. A quem diga que a dor chega a ser física, o que não é difícil de acreditar, pois, é como se parte de nós fosse retirada.
Almoçar e jantar sem aquela pessoa na mesa, sair sem levá-la ou dar satisfações de que hora volta, ou, ainda telefonar para dizer que está tudo bem, ver algo numa vitrine e pensar que ficaria legal naquela pessoa, ouvir sua voz nos fazendo carinhos, nos dando conselhos ou até mesmo broncas, ouvir o telefone tocar com “aquela” música especial... enfim, hábitos arraigados em nossa vida que doem quando alguém que fazia parte deles nos são retirados.

Outro dia, em conversa com um médico, ele me disse uma coisa que eu nunca parei para pensar. O luto é de um ano não é à toa, pois, é o período necessário para que passemos todas as datas comemorativas, pessoais e coletivas, sem aquela pessoa. Aí sim, estamos prontos para seguir em frente com a vida.
Parei pra refletir sobre isso e cheguei à conclusão de que é mais do que a verdade. O amor jamais se apaga, o afeto fica nas boas lembranças, a graça, permanece nos fatos passados, mas, a dor da perda, esta se vai embora e se transforma em saudade, apagando todas as lembranças ruins.

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