sexta-feira, 8 de abril de 2011

Desrespeito? Jamais !!!


Quando eu era uma menininha, faz pouco tempo... rs rs rs, minha mãe dizia que ser mulher era mais difícil porque o mundo era machista e que nós, mulheres, tínhamos que nos resguardar para se valorizar, etc, enfim, conselhos de mãe mesmo.
O tempo foi passando, veio a Constituição de 1988 igualando homens e mulheres em direitos e obrigações, depois veio o Código Civil de 2002 realizou o mesmo feito, o Código Penal excluiu crimes que tratavam as mulheres com inferioridade em 2006.
A Lei Maria da Penha veio com tudo para reprimir todo o tipo de crime praticado contra as mulheres, sejam eles físicos, psicológicos, morais ou patrimoniais. Eu sou coordenadora de um seminário sobre o assunto há três anos, e, a cada ano cresce o número de mulheres querendo saber dos seus direitos e como exercê-los, o que me deixa muito feliz.
Mas, passei por uma situação que me levou a pensar: de que adiantaram tantas evoluções legislativas se os homens não se interessam em se inteirar do assunto e saber de uma vez por todas que toda  mulher merece respeito ?
O que leva um homem a sentar numa mesa de bar, lotado, e, falar desrespeitosamente de uma mulher que ele diz “estar a fim”, usando palavreados chulos, que não tenho coragem de repetir aqui no texto, e, dizer que “fica com ela a hora que quiser” ?
Esqueci de dizer que tal mulher sequer tem amizade com o fulano, e, tem conhecimentos apenas profissionais e cumprimentos cordiais de “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite”. Também me esqueci de dizer que o fulano disse isso na presença de amigos pessoais da mulher, que, por bom senso, lhe contaram o ocorrido, porque, caso contrário, o FDP ia continuar fazendo a mesma coisa por aí.
Como deixei claro no quarto parágrafo, a mulher da situação era eu, mas, não vou identificar mais ninguém por motivos óbvios (leiam-se legais). A vontade que eu tive foi de pegar o fulano e torcer o pescocinho dele, mas, mantive a cabeça no lugar (nem sei como) e o chamei, sem que ele soubesse que era eu, para uma conversa pessoal.
Falei em tom baixo, mas firme, sobre o que ocorreu, enfatizando que foi na presença de amigos pessoais meus, repetindo todas as palavras que ele disse, sem dar chance de negação do fato. Em seguida, expliquei que o que ele fez está tipificado como crime no artigo 139 do Código Penal Brasileiro, e se chama Difamação, e, que eu poderia tomar as providências legais cabíveis ao caso, mas, que levando em consideração a sua condição de vida difícil e que tinha filhos para terminar de criar, eu não faria nada.
É claro que o dito cujo abaixou a cabeça, fazendo cara de cachorro que caiu do caminhão da mudança, e disse que o problema é que ele bebeu demais e se iludiu a meu respeito, achando que eu realmente estava olhando pra ele, pois se esqueceu que estava na mesa embaixo da TV do bar. Depois de dar mil e umas desculpas machistas e idiotas, me perguntou o que poderia fazer para compensar o mal que me causou, pois agora, em sã consciência, tinha certeza de que estava errado e queria se desculpar.
Eu respondi que o que ele poderia fazer por mim era nunca mais tocar no meu nome e nem falar daquela maneira de mulher nenhuma, porque toda mulher merece ser respeitada.
Estou escrevendo este texto em tom de desabafo porque gostaria que ele atingisse o máximo de mulheres possíveis, para que nenhuma se cale diante de uma situação de desrespeito com a que eu passei. Não é preciso fazer um barraco, a lei está do nosso lado, nos fornecendo instrumentos para nos defender e fazer engraçadinhos como este a aprender respeitar uma mulher !

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