sexta-feira, 13 de maio de 2011

Tia Fátima

Estive um pouco longe dos teclados por motivo de saúde, mas, agora, meio como um Tiranossauro Rex, tive que voltar a digitar por uma inspiração muito forte: a passagem de uma pessoa muito querida, que foi morar com Papai do Céu.
Eu e Tia Fátima, simplesmente.

Sabe aquela tia que quando você é criança gosta de ir pra casa dela brincar, sem ter explicação pra isso? Na época eu não sabia, mas o nome disso é EMPATIA, ou sintonia, ou anjos da guarda que se gostaram... chamem como quiser.
Aí, ela teve uma filha que colocou o nome de Fernanda. Nooossa, eu quase morri de ciúmes porque esse é o nome do meu pai, e, na época eu achei injusto “porque nem a filha dele chamava Fernanda...”. Mas ela, como sempre levou tudo numa boa e eu acabei entrando na disputa pra carregar a Fernanda no colo também, sendo que hoje somos grandes amigas. Como o tempo passa...
Fernanda, antes objeto do meu ciúmes, hoje, grande amiga !!!

Na adolescência, com toda aquela chatice (putz, como adolescente é mala !), ela sempre estava disposta a ouvir e dar conselhos, fazer brincadeiras. Me levava pra filar bóia na casa dela se meus pais não estivessem em casa e fazia questão que eu ficasse por lá, pra não ficar sozinha em casa.
Ainda na adolescência, veio uma notícia: uma das primas estava grávida, e, a avó da criança era irmã da tia e falecida há muitos anos. Sem pensar duas vezes ela levou a sobrinha pra casa dela quando o bebê nasceu e cuidou dela durante todo o resguardo, com todo carinho e paciência de mãezona.
Rodeada pelos filhos e noras... pra variar !

Ainda na minha adolescência, outra notícia: a separação da tia. Com três filhos pra criar, arregaçou as mangas e foi à luta. Trabalhou duro, de sol a sol, fazendo três turnos em portaria de hotel. Depois veio o concurso da Prefeitura, que eu insisti muito pra que ela fizesse, e, ela não colocava fé nenhuma em seu potencial, mas, foi chamada a ocupar a sua vaga como servidora municipal efetiva.
Confraternizando com a gente em festa da Prefeitura

Enfim cheguei à fase adulta e a tia virou amiga, além de colega de prefeitura. Ríamos muito dos “casos” internos, popularmente chamados de fofoca, tirávamos dúvidas uma com a outra, cada uma do seu setor.
Os ouvidos estavam sempre à disposição para uma confidência, nisso ela era boa mesmo, jamais traía um segredo. Tinha sempre uma palavra amiga ou até mesmo uma zoação na ponta da língua. E como era festeira, já fizemos muita bagunça em festas da família e da prefeitura. O seu alto astral irradiava e estava sempre rodeada de amigos onde quer que fosse.
Festa de formatura de... nem lembro, era festa !

Essa era Tia Fátima.
Era perfeita então? Não. Mas alguém é? Não.
Deus a quis levar para morar no céu e eu aposto que ela já está dando um up grade por lá, contagiando a todos com sua alegria !
Em meio aos irmãos, na festa da família

Um comentário:

  1. Comentar...? Nada a comentar, vc já disse tudo. Resta só pedir a Deus que a guarde e proteja como nós tanto o fizemos. Tenho certeza de que ela não quer ninguém por aqui com choro de tristeza, ou algum tipo de sofrimento por ela. Mas as saudades... ah, as saudades... Que vontade de dar um beijo nela!!! Apenas e tão somente, dar um beijo em minha mãe e dizer mais uma vez o quanto a amo!!!!

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